Imagem: Alexa Williams | Reprodução

Quando criança, somos constantemente questionados sobre o que queremos ser ou fazer quando crescermos. Apesar de ainda faltar muito tempo para tomarmos essa decisão — já que ainda não pensamos com seriedade sobre o assunto , somos "interrogados" mesmo assim.

Somos crianças e sonhamos frequentemente, mas, diferente dos meus colegas, eu não queria ser médica ou policial. A minha resposta por anos foi a mesma: "quero ser escritora!". 

Fui uma menina completamente apaixonada e enlouquecida por livros. Acredito que passei mais tempo lendo do que brincando. Como qualquer criança, ou a maioria delas, meu primeiro contato com a leitura foi através dos contos de fadas. 

Os livros são a minha verdadeira paixão. Através deles, pude sonhar e imaginar lugares incríveis, fui capaz de flutuar e tocar o céu. Aprendi grandes lições e, no decorrer desses anos, desejei viver um amor épico, conhecer o mundo e sentir o ar de cada continente, como nas histórias em que lia. 

Depois da minha resposta, com um sorriso largo e sentindo a maior satisfação e alegria por dizer em voz alta a minha escolha, sempre ouvia a seguinte frase: "ser escritora não é uma profissão"

Como colocaram na minha cabeça que ser escritora era mais um hobby do que uma profissão, precisei procurar alternativas que estivessem correlacionadas com o que realmente queria. Afinal, não poderia deixar de lado aquilo que me fazia suspirar.

Comecei, então, as buscas pelo plano B, associando tudo o que eu gostava e o que seria fascinante fazer na minha jornada. 

Certo dia, cheguei em casa aos prantos dizendo que havia encontrado algo, que tinha uma faculdade "parecida" com o que buscava. Em meio às lágrimas e, mesmo relutante, decidi naquele instante que cursaria Jornalismo. Deixei claro que não queria trabalhar na TV ou na rádio — queria escrever, seja lá o que tivesse que ser escrito!

Meu primeiro contato com blogs foi através do YouTube. Na época, algumas blogueiras começaram a migrar para a plataforma e divulgar seus sites, e foi assim que descobri que qualquer pessoa podia ter um blog. Até então, achava que apenas grandes revistas e veículos de comunicação tinham um site próprio — não ousava imaginar o contrário.

Aos 13 anos, decidi criar meu primeiro blog. Passei dias pensando em um nome que combinasse com o meu jeito ou algo que me representasse. Em uma tarde de um mês que não me lembro qual, com uma mala cheia de expectativas e vontade de começar a escrever logo, "nasceu" o Sempre Divertida.

Sem saber exatamente o que escrever e compartilhar, apaguei o blog dez minutos depois. Quase um ano depois, o Simplesmente Sorria ganhava vida. Nele escrevi por um pouco mais de dois anos, compartilhando os livros que lia, "textinhos do amor" e dicas de filmes e séries. Neste tempo, passei por situações que me abalaram e, sem saber como continuar ou se gostaria de dar continuidade, apaguei meu segundo blog.

Foi a partir daí que minha história com a moda começou — de repente, de uma hora para outra. Foi a primeira vez que senti que poderia cursar Jornalismo sem abandonar meus primeiros sonhos.

Desde então, trabalhar com o Jornalismo de Moda entrou para os meus planos, e é o que quero fazer. No último ano do Ensino Médio, voltei a escrever e comprei meu primeiro domínio (.com.br). Sem muita experiência (na verdade, nenhuma) com HTML, fui aprendendo e pesquisando como podia.

Após um ano de publicações, sem saber como redirecionar o domínio antigo para o novo (que é esse no qual estou agora), acabei perdendo todas as minhas publicações.

Sim, entrei na faculdade de Jornalismo e me encontrei nela. Nesses quatro anos de faculdade (vou terminar em dezembro deste ano), consegui alinhar os desejos da Caroline de sete anos com a Caroline de agora. Ainda quero escrever livros, mas também quero escrever sobre moda ou sobre assuntos que me interessam. Através do Jornalismo e das facetas que ele possui, tenho essa possibilidade. 

Ainda me lembro da sensação de "descobrimento" dos blogs, de ter um espaço para compartilhar e escrever o que desejasse. Era a oportunidade perfeita para aproveitar o digital e trabalhar com tudo o que havia imaginado e sonhado.

Desde que compreendi minha paixão pela moda, quando vi que estava verdadeiramente interessada pelo assunto, passei a sentir vergonha por ser quem sou e até não me achava no direito de expressar qualquer opinião sobre. 

Vergonha por não encontrar pessoas como eu, vergonha do meu corpo que "não se encaixava" em um padrão imposto por uma sociedade machista. Vergonha por me cobrar tanto. 

E, no fim, percebi que falar sobre moda é muito mais do que escolher uma roupa para uma ocasião importante. A moda não é uma simples peça esquecida no fundo do guarda-roupa, ela move o mundo. É uma forma de expressar quem somos. 

Sinto que não poderia ter trilhado um caminho melhor até aqui. 

Decidi escrever em um blog simplesmente porque amo escrever. Porque quero compartilhar minhas paixões com quem está do outro lado da tela. Porque escrever é importante para mim — é o que sou e o que quero ser. Porque sinto meu coração em paz e aquecido depois de escrever um simples parágrafo.

Decidi escrever aqui porque este é o espaço que tenho para informar com clareza os meus leitores. Escolhi escrever sobre o que acredito, seja sobre a importância da moda nacional, livros e filmes, sobre mim ou não. Este é o meu espaço de voz, e quero usá-lo para chegar em diversos corações. 

E sim, ainda quero ser escritora e escrever livros que façam os leitores suspirarem e tocarem o céu!

Compartilhe nas redes sociais

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

1 comment

  • Anônimo says:

    Incrível!!

    Reply ➔