Foto: Reprodução | Pinterest
Esta é uma carta de despedida que escrevi durante esta semana. Espero que não se importe de ler minhas últimas palavras a você. Talvez eu pergunte como se sente, mesmo não esperando o mesmo. Por favor, leia cuidadosamente cada vírgula. Não deixe de ler até o final!
Ainda se lembra da nossa primeira conversa? Aquela em que me contou que era apaixonada pelo meu primo e eu jurei guardar segredo? Realmente, cumpri minha promessa, aliás, todas elas. Nós éramos inseparáveis.
Ainda sei o sabor do seu sorvete favorito. Ainda me lembro de todas as histórias que me contava. Ainda sei sua frase preferida: "minha vida é uma confusão". Ainda me recordo de todas as vezes que dormi na sua casa.
Sei que continua morando na casinha azul, com portões que dão medo. Na tarde da última segunda-feira, passei em frente e fiquei olhando a janela do seu quarto — que, por sinal, estava aberta. Por um instante, pensei em bater na porta e te chamar. Enfim… deixa eu te perguntar: você terminou de colocar aquele horrível papel de parede no porão?
Uma vez ou outra, costumo encontrar sua mãe no supermercado. Ela sempre faz questão de dizer que sente saudades das nossas risadas ecoando pela casa. Da última vez que nos vimos, ela contou que estava se separando do seu pai. Posso imaginar o quanto esse momento deve estar sendo triste e sem esperança para você. E acredite, sinto muito por essa situação!
Posso te contar um segredo?
Mesmo não estando aí neste exato momento, mesmo sem saber dos seus novos segredos, eu estou aqui. Porque não importa a distância, nem os momentos que perdemos juntas, você sempre será a minha melhor amiga. Queria que soubesse dessa confissão — mesmo que, hoje, minhas palavras não sejam suficientes.
Seus patins ainda estavam aqui no quintal. Como você não veio pegá-los, decidi colocar tudo o que era seu em uma caixa. Vou deixá-los em frente ao seu portão, junto com essa singela carta de despedida. A única coisa que não está aí são as cartas que me deu durantes todos esses anos.
Você ainda se lembra de mim? Eu sou a garota que jurou guardar seus segredos. A garota irritante com quem você costumava desabafar. Sua amiga que te fazia passar vergonha em público. A garota que falava sem pensar.
Eu ainda sou ela — só que mais velha.
Espero ter dado valor à nossa amizade, mesmo que agora ela só exista em nossos corações. Irei torcer para que, um dia, nossas filhas tenham a sorte de encontrar alguém como eu encontrei você. Torcerei ainda mais para que elas não deixem que uma tempestade acabe com tudo.
Adeus, Anna.
Com amor,
Maya.
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